Em 20 de janeiro de 1941 o Brasil atravessava um momento histórico: era criado o Ministério da Aeronáutica, órgão que tinha como objetivo alavancar o crescimento da aviação civil e militar, e o seu braço armado, a Força Aérea Brasileira (FAB). “O futuro do Comando da Aeronáutica não pode prescindir do culto ao passado, reverenciando os idealistas e os visionários que, trilhando um instigante caminho, promoveram a evolução aeronáutica no Brasil, conduzindo-nos ao cenário que hoje vivenciamos”, diz o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, em pronunciamento sobre a criação do Ministério da Aeronáutica.
O contexto da criação do Ministério era bastante peculiar: o mundo assistia à Segunda Guerra Mundial e a aviação se revelava como uma importante ferramenta para a defesa das nações. Além disso, os aviões também se apesentavam como um promissor e revolucionário meio de transporte. No Brasil, a indústria, porém, ainda engatinhava: faltava pilotos, aeronaves, normas reguladoras e de segurança. Enfim, ainda não existia uma pensamento voltado ao desenvolvimento da aviação no país.
Após a criação do Ministério da Aeronáutica, inicialmente comandada pelo Doutor Joaquim Pedro Salgado Filho, o setor de aviação brasileiro passou por um momento de expansão: criou-se uma campanha para construção de aviões; cursos de formação de pilotos civis foram implantados; houve a regulamentação de normas para o setor aéreo no país; firmou acordos com países como Estados Unidos, Dinamarca e Suíça sobre transportes aéreos e o Correio Aéreo Militar, antes realizado pelo Exército, no interior, e pela Marinha, no litoral, foi transformado no Correio Aéreo Nacional.
A criação do Ministério da Aeronáutica e as Forças Aéreas Nacionais, com a fusão do Corpo de Aviação da Marinha e a Arma de Aeronáutica do Exército, ocorreu em 20 de janeiro de 1941. Quatro meses mais tarde. em 22 de maio de 1941, as Forças Aéreas Nacionais passam a denominar-se FORÇA AÉREA BRASILEIRA (FAB).
Inicialmente seu acervo foi constituído pelo equipamentos existentes nas duas armas aéreas, Marinha e Exército, composto de uma variada gama de aviões procedentes de diversos países, como Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália, além de alguns aviões produzidos no Brasil em caráter experimental e alguns seriados.
A Segunda Guerra Mundial será o marco divisor para a modernização e a tentativa de implantação de uma indústria aeronáutica local.
Com a entrada dos Estados Unidos na guerra, em 1941 e o Brasil em 1942, e a importância da costa brasileira - no norte do país - para o esforço de guerra dos aliados, onde diversas bases americanas foram construídas, a FAB passa a receber modernos aviões para as mais variadas funções, como caças, bombardeiros, patrulha, etc. Este é sem dúvida o seu momento de consolidação e glória, formando nos Estados Unidos diversos pilotos que serão os multiplicadores no seu crescimento e culminado com a participação do 1º Grupo de Aviação de Caça e a 1ª Esquadrilha de Ligação e Observação no teatro de operações europeu onde participou na Campanha da Itália em 1944 e 1945, único país da América do Sul. Vale lembrar que o México participou com um Grupo de Aviação no teatro do Pacífico ao lado dos americanos.
Outro fator importante foi a sua participação na Campanha do Atlântico Sul ao longo da costa brasileira, chegando inclusive a afundar submarinos do eixo, a partir de 1942.
Com o fim da guerra, e a grande fartura de material aeronáutico excedente, a FAB passa a receber grande quantidade dos Estados Unidos, o que de certa forma gera o fim da indústria aeronáutica no Brasil, ficando mais cômodo e barato importar do que fabricar.
Comemora-se em 20 de Janeiro de 2017 os 76 anos de criação do ministério da aeronáutica em 20 de Janeiro de 1941.